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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A VERDADEIRA ORIGEM DO ENDURO A PÉ (TREKKING DE REGULARIDADE)

Somente leia o texto abaixo, se quiser saber mais a fundo dos problemas dos bastidores do esporte. Se você é como 99% dos competidores que só quer se divertir e melhorar a qualidade de vida, despreze o texto abaixo, ele foi feito por insistência de algumas pessoas que querem estar mais envolvidas na discussão do esporte. A intenção deste informativo é tentar esclarecer dúvidas e clarear um pouco mais para alguns competidores, como está organizado ou não o Trekking hoje no Brasil. O esporte tem crescido muito rapidamente e algumas pessoas andam distorcendo ou inventando histórias que por vezes confundem os amantes desta modalidade. Não tenho interesse de me postar como dono da verdade, porém devido a credibilidade que acredito ter e com um currículum invejável dentro do esporte, por ser alguém que fez parte desta história desde o início, sei que posso com certeza, dar uma boa visão para vocês. Origem Na verdade pouco ainda se sabe a respeito da origem do Trekking de Regularidade (Enduro a Pé), em 1992 aconteceu em SP uma prova que iniciou o processo do que hoje se conhece como circuitos de Enduro a Pé. Foi apenas uma prova realizada pelo pessoal do grupo Tração 4x4, do Jeep Clube do Brasil na Serra da Cantareira. Desta Prova participaram várias pessoas, entre elas Esdras Martins (Trilha Brazil) e Demétrius (Eco-Sistema), ambos tinham suas atividades voltadas para turismo e/ou meio ambiente e resolveram iniciar pequenos campeonatos desta nova modalidade, o Esdras chegou a realizar prova para funcionários de empresas, porém ainda não havia o conceito de Trekking empresarial. De 1993 a 1999 as competições aconteceram quase que mensalmente e foi durante este tempo que se desenvolveram e se adaptaram as regras do esporte. Tive a oportunidade única de participar de quase todas as provas e reuniões de ambos os campeonatos, além de algumas provas do Mazinho Bender, da Delta (Trekking Cup) e de outros organizadores de provas menores como a do Jeep Clube (Enduro a Pé de primavera). Em 1997, a Trilhabrazil consegue acertar uma parceria com a Salomon, empresa francesa de calçados, para patrocinar a Copa Salomon de Trekking. Quase 100 equipes, de diferentes cidades, participaram deste campeonato, contabilizando um número superior a 400 praticantes em uma de suas provas. Saiu, então, a primeira matéria em TV, na ESPN Brasil, cuja reportagem foi efetuada pela conhecida Renata Falzoni.Ainda em 1997 surgem o Circ. Regional Sorocaba de Enduro a pé que iniciou na região de Sorocaba com o João Batistela e parou em 2002, mais revelou várias equipes como Azimute, Anta, Feast Wood, Tap Way, Monos, Os Lagartos, etc... e o Circuito Cascata Branca que tinha como diretor Hudson Passos. Dos primeiros praticantes da modalidade que ajudaram a desenvolver os conceitos, a maioria não participa mais, ou acabou se tornando de algum modo organizador de provas e criando um circuito. Em 1998, iniciei como organizador, a principio organizando a primeira etapa da Taça São Paulo de Enduro a Pé (circuito que não foi adiante) e o Enduro de 1° de Maio do SESC, na época trabalhamos em parceria, Silvio, Bêni e Esdras. Na mesma época, resolvemos criar uma entidade que atendesse aos anseios dos competidores da época e ajudasse o esporte a crescer, padronizando regras e normas, surgiu então a LINEP (Liga nacional de Enduro a Pé). Muitos colaboraram para que isso acontecesse, Nório(ajinomato), Marcelo(Alpimonte), Igor(Alpimonte), Ney(AlphaMato), Edson(Kumé Kifica), Betão(Saknusssens), Aristeu e Wellington (Os Penalvas - Presidente Prudente), equipe Caravana, equipe Os Sherpas e várias outras, além de vários outros indivíduos que sinto não citar agora. Nesse mesmo ano, têm início a disputa da Liga Nacional de Enduro a Pé, com oito etapas e participação de quatro organizadores diferentes (SP). As Provas válidas eram 2 etapas do campeonato de cada um, escolhidas como válidas pelo campeonato. Em uma final emocionante, na cidade de Pres. Prudente, a equipe da casa, Indiana Jones, venceu a etapa e terminou em terceiro lugar na classificação geral. A equipe Caravana termina em segundo lugar e a Arame Farpado em quarto, ficando estas duas equipes empatadas em primeiro lugar na classificação geral. Embora não previsto em regulamento, todos concordaram em declarar a equipe Arame Farpado como a primeira campeã nacional, por ter tido uma vitória a mais que a equipe Caravana durante o ano. Infelizmente, no ano seguinte, não houve entendimento entre os organizadores e a Liga Nacional deixou de ser disputada. Alguns meses depois o Bêni chateado com Esdras e Silvio, tentou assumir a Presidência da Liga, não obtendo sucesso, partiu para carreira solo, criando o Rallyapé. A Liga fica então estagnada e inativa. Por volta de 1999, Esdras vende a Trilha Brazil para Reginaldo e Elvis que passaram a organizar outro campeonato paralelo. Do Final 1999 a 2003, Silvio e Esdras trabalharam juntos organizando um novo Paulista de Trekking e voltam a administrar a Liga e iniciando oficialmente o Trekking Empresarial, tentando difundir o esporte, paralelamente trabalhavam em menor escala, Reginaldo(Trilha Brazil), Demétrius (Eco-Sistema) e Bêni(Rallyapé). Nesta mesmo período aproximadamente, surgem as primeiras apurações eletrônicas (Compass, Totem e Winner). Em 2000 a convite do Leo (cctrekking), Silvio e Esdras implementam o circuito capixaba de Trekking. No mesmo ano, a convite de Cadu Freitas e Paula Versiani, uma prova piloto é realizada no RJ e outra em MG. A partir daí até o final de 2002, os circuitos (SP,RJ e MG e ES) vão criando uma geração de Trekkeiros. Paralelamente ainda surgiam em SP, pequenos circuitos regionais (Pró-cuesta, North, Alto Tietê, SP Trilhas, etc...) incentivados pela LINEP e algumas pequenas provas em Brasília (Fit21). Em 2001, a Liga Nacional volta ao cenário, também com oito etapas, mas ainda com pouca força. Repetindo 1999, a disputa final fica entre as mesmas equipes, a Arame Farpado e a Caravana e novamente a equipe Arame Farpado leva a melhor, desta vez sem empate, deixando a equipe Caravana outra vez com o vice-campeonato. Em 2002, acontece a primeira prova conjunta SPxRJxMGxES na Serrinha (Penedo). Em 2003, sobrecarregado de trabalho, Silvio abandona o Paulista e se dedica exclusivamente aos circuitos Carioca, Mineiro e Pró-Cuesta, assessorando ainda a formação do Circuito Paletada na Bahia. Esdras manteve-se em São Paulo e assessora novos organizadores em diversas cidades do interior: Em Salesópolis, os integrantes da equipe Os Piratas do Tietê (Leo) organizam a Primeira Copa Alto Tietê; na cidade de Valinhos, a equipe Kumé Quifica (Edson) encara o desafio e organiza o Circuito Cidades do Interior; em Botucatu (Fernando Arena), um amante dos esportes radicais, organiza o Circuito Botucatu de Trekking (atual Circuito Pró Cuesta de Trekking) que revela uma das grandes equipes do esporte: a Niku’s/Consciência; no sudeste do estado (região de Sorocaba, Votorantim, Piedade e Tapiraí), surgem as competições do Circuito Cascata Branca de Trekking e do Campeonato Sul Paulista de Trekking (Edinho), SPTrilhas (Tonello). Surgem ainda nesta época os circuitos Paranaense, Catarinense e a Copa North (em Campinas), que passa a ser realizada por Silvia Andreo e torna-se rápidamente um dos grandes circuitos de São Paulo, porém com a maioria dos competidores da própria região e entornos. Durante estes anos em MG, tivemos acesso a documentos que mudaram a história do esporte, graças a um competidor (o mais antigo em atividade), Cláudio Flor (equipe Os Dinos), que participou em 1986 de uma prova chamada Rally a Pé Bamba e que guardou a planilha, o regulamento e o cartaz da prova, foi possível constatar que o esporte não nasceu como se acreditava em 1992 em SP, mas sim, até onde se sabe, em 1986 em MG. A partir de 2005, com a minha saída do RJ, O Cadu (RJ), juntou-se ao William(ex-campeão da LINEP), união esta que dura pouco e logo em seguida surgem dois circuitos no RJ, o Trilhaapé (William) e o Trilha Carioca (Cadu). Surgiram também outros campeonatos no ES, SP, MT, CE .....e em MG. A Liga por sua vez, devido ao excesso de trabalho, acaba ficando para segundo plano e é aí que começaram os problemas... Apesar dos problemas, a Liga trouxe unificação de procedimentos, regras e conceitos bem definidos, mas com as diferenças surgidas no relacionamento entre velhos e novos organizadores, os novos se sentiram no direito de editar novas regras para o esporte, começaram a mudar tudo, despadronizando o que já existia, visando criar um diferencial pessoal. Nada contra, mas isso deveria ter sido feito com critérios que não desconfigurassem o esporte de suas raizes. Competidores novos sem conhecimento da história do esporte, preocupados com isso e muito mais, resolveram reiniciar o processo de padronização e regulamentação próprios criando a ABRAPEP (associação brasileira de praticantes de enduro a pé), entidade esta desvinculada dos organizadores. A principio a idéia parecia boa, porém os erros cobrados da LINEP relativos a inflexibilidade e radicalismo, passaram a ser exercidos por esta entidade, gerando atualmente insatisfação dos próprios competidores. Entendendo ser o caminho mais correto, alguns dos organizadores de SP, saíram na frente e já criaram a Federação Paulista, na mesma linha de trabalho seguiu MG, os organizadores do RJ e ES também vem trabalhando para isso. Acredita-se que com uma Confederação criada e as Federações também, provavelmente se chegue a um bom tom. Importante é deixar claro que o esporte cresceu muito, porém ainda é novo e evolui a cada dia... Paralelamente ao trabalho sério que muitos vem fazendo em prol do esporte, temos gente ruim, sem escrúpulos que fazem de tudo para atrapalhar, ou manipular a opinião, desde inventar outras histórias falsas sobre o esporte, recordes imaginários até tumultuar debates sérios ou ficar criticando sem acrescentar nada de útil para melhoria do esporte. Para piorar algumas pessoas sem ética e com interesses únicamente financeiros, agregaram-se ao esporte e passaram a aplicar golpes em organizadores mais antigos, nos parceiros e em algumas prefeituras, denegrindo uma ótima imagem criada com muito esforço por anos. Em breve acredito que teremos sim integração mais forte entre os circuitos sérios do país, porém ainda isso não é totalmente possível e deverá ocorrer sem a presença dos organizadores precursores, isto por conta do desgaste a que foram submetidos em todos estes anos de luta. Seja de qual for o lado, sempre existe uma tendência. Para que haja equilíbrio é necessário que se ouçam todos os lados, mas que se respeite a história. É o caso por exemplo do ranqueamento Nacional feito pela ABRAPEP, que apesar de ter evoluído em relação aos anteriores, ainda é irreal e tendencioso e atualmente devido as imposições e inflexibilidade, o mesmo se tornou totalmente absurdo, fato que leva com que as organizações sérias como o campeonato Paulista e outros grandes se descadastrem de tal ranqueamento e busquem uma solução alternativa. Espera-se que a ABRAPEP reconsidere e volte atrás nessas intransigências, até mesmo por levar em conta que a entidade não representa as organizações, mas sim os atletas. Porém caso isso não ocorra os organizadores sérios devem criar um ranqueamento brasileiro alternativo, até que a Confederação esteja criada e cuide disso, o que é o correto. O mais importânte é que os novos competidores, procurem praticar a modalidade, sem se ater as brigas das organizações, mas tendo em vista sempre a segurança, o respeito a natureza e ao meio ambiênte, a integridade, respeito, ética e espirito esportivo para com os outros atletas e a participação na área social que é integrada ao esporte desde sua criação. O Enduro a Pé, mais que apenas um esporte é uma atividade que integra turismo, atividade fisica e mental, atividade social, consciência ecológica, interação com a natureza e relacionamentos humanos, ou seja uma atividade completa que atinge todas as faixas etárias e classes sociais, sem excluir ninguém. Em 1996, existiam apenas 3 organizadores no Estado de São Paulo, que atendiam, em média, 80 equipes por mês, com cerca de 400 praticantes. Atualmente, contamos com mais de 35 organizações conhecidas, distribuídas por 12 estados brasileiros, que recebem uma média de 800 equipes por mês, num total aproximado de 4.000 esportistas. Em outras palavras, houve um crescimento de 1.000 (mil) por cento, nos últimos 10 anos, em termos de praticantes e de organizações, sendo que estas, para efetivarem o evento, envolvem de 30 / 40 pessoas, em média, em seu staff de trabalho. Apesar de anos de luta implementando e inovando o esporte e de estar hoje meio afastado pela frustração e desgaste, espero aqui ter ajudado mais no entendimento e no registro histórico desta atividade ao mesmo tempo tão incrível, tão polêmica, mas tão importante ao futuro da qualidade de vida das pessoas. PS: Agradeço ao George H. Hirata, Paulo N. Tonello e Jesse James pelos complementos enviados para enriquecer este histórico, caso alguém tenha mais detalhes e informações úteis, enviem e acrescentaremos.

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